Direita em Manaus
Favorecimento à sogra de David Almeida pode resultar em pedido de CPI na Câmara de Manaus
O portal Radar Amazônico, que tem revelado diversas irregularidades ao longo do mandato de David Almeida (Avante), traz à tona mais um escândalo envolvendo a gestão do prefeito de Manaus. Vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) estão pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos da prefeitura com a Construtora Rio Piorini. A construtora teria favorecido a microempresa de Lidiane Fontenele, sogra do prefeito, levantando suspeitas de favorecimento ilícito. A matéria completa pode ser acessada no site oficial do Radar Amazônico, pelo endereço www.radaramazonico.com.br.
“Construtora do jatinho”
A proposta de CPI ganhou força após o vereador Lissandro Breval (Progressistas) fazer um pronunciamento contundente na sessão da última terça-feira (20), já no momento em que a maioria dos parlamentares da base aliada de David Almeida havia deixado o plenário. Durante seu discurso, Breval destacou a estranheza da denúncia envolvendo a microempresa de Fontenele, que, apenas um mês após sua criação, fechou contrato com a Construtora Rio Piorini. O vereador ressaltou que pessoas próximas a Fontenele teriam emitido notas fiscais vinculadas a outras empresas, questionando a moralidade dessas transações. “É, no mínimo, imoral”, afirmou Breval, apelidando a construtora de “construtora do jatinho” em referência à viagem luxuosa de Almeida ao Caribe, patrocinada pelo empresário Roberto de Souza Lopes, primo do dono da construtora.
Breval também relembrou outros episódios que levantam suspeitas sobre a administração de David Almeida, mencionando que pessoas ligadas à família do prefeito teriam se tornado empresários da noite para o dia. Ele ainda destacou a recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou a devolução de R$ 612,6 mil por Radyr Júnior, ex-titular da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), hoje candidato a vereador pelo Avante.
O sujo falando do mal lavado
O presidente da CMM, Caio André, do União Brasil (outro que possui acusações de conexões suspeitas com empresas que possivelmente estão se beneficiando de contratos questionáveis com a CMM
), ironizou o rápido sucesso da microempresa da sogra de Almeida, que, segundo dados da Receita Federal, recebeu R$ 21.053,00 da Construtora Rio Piorini uma semana após sua abertura, em 27 de outubro do ano passado. “É uma história de sucesso e competência. Uma incompetência que aflorou, de empresas de que ninguém ouviu falar”, comentou Caio André, enfatizando a gravidade da situação e a necessidade de investigação, dado que se trata de recursos públicos sendo pagos a uma empresa prestadora de serviços à prefeitura.A L O F Fênix, microempresa de Fontenele, emitiu pelo menos seis notas fiscais entre novembro de 2023 e abril de 2024, totalizando R$ 124 mil pelos serviços prestados à Construtora Rio Piorini. O vereador William Alemão (Cidadania) comparou a empresa a uma fênix, ressurgindo das cinzas, e criticou a falta de histórico de prestação de serviços. “É a ponta do iceberg. Não adianta criar mais uma CPI e a base aliada do prefeito não indicar os membros”, alertou Alemão.
“Empresas fantasmas”
Outro vereador, Diego Afonso (UB), defendeu uma CPI mais ampla para investigar a corrupção na administração municipal, mencionando fortes indícios de irregularidades em diversas pastas da prefeitura. “Essa administração é campeã em empresas fantasmas, que surgem de noite e aparecem de dia faturando milhões”, afirmou Afonso, cobrando um controle mais rigoroso dos contratos por parte dos órgãos fiscalizadores.
Por sua vez, Raulzinho (MDB), vice-líder do prefeito na CMM, reconheceu a necessidade de apuração, mas pediu cautela nas acusações feitas pela oposição. Ele relembrou o caso da compra de respiradores superfaturados por Wilson Lima (UB) durante a pandemia de Covid-19, que gerou uma onda de ataques ao governador. Raulzinho destacou que a empresa envolvida na compra tinha o CNAE adequado para a venda dos respiradores, e que, à época, Lima foi chamado de “ladrão” e “genocida”, mas posteriormente os fatos vieram à tona. Ele alertou para os riscos de prejulgamentos precipitados e sugeriu que a investigação fosse conduzida com rigor, mas sem partidarismo.
Breval finalizou seu discurso reiterando que todas as transações entre a L O F Fênix e a Construtora Rio Piorini foram registradas no sistema fiscal da prefeitura, fortalecendo o apelo para que a CPI seja instaurada e as possíveis irregularidades sejam devidamente investigadas.
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