Direita no Mundo
Maduro emite ordem de captura contra Javier Milei e autoridades argentinas em meio a tensões diplomáticas
A ditadura de Nicolás Maduro emitiu uma ordem de captura contra o presidente da Argentina, Javier Milei, sua irmã Karina Milei, secretária-geral da presidência, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich. O anúncio foi feito pelo procurador chavista Tarek William Saab.
“Este Ministério Público da República Bolivariana da Venezuela anuncia a designação de dois promotores especializados, que estão conduzindo as diligências e tramitando as ordens de prisão contra os seguintes cidadãos: Javier Milei, presidente da República Argentina; Karina Milei, secretária-geral da presidência; e Patricia Bullrich, ministra da Segurança”, declarou Saab a veículos de imprensa venezuelanos.
A decisão segue a solicitação dos procuradores argentinos Carlos Stornelli e José Agüero Iturbe, que pediram à Câmara Federal de Buenos Aires a abertura de uma investigação e a captura de Nicolás Maduro e seu aliado, Diosdado Cabello. A ação inclui mais de 30 militares e agentes de inteligência acusados de tortura, sequestro e execuções dentro de um “plano sistemático” na Venezuela.
A iniciativa do Ministério Público argentino foi impulsionada por vítimas dos abusos, representadas pelo advogado Tomás Farini Duggan, que invocaram o princípio da justiça universal para processar os crimes em território argentino. Durante uma audiência, seis venezuelanos relataram os abusos sofridos, incluindo o depoimento de um ex-promotor venezuelano que questionou a ideia de que esses crimes deveriam ser julgados apenas na Venezuela.
Farini Duggan, representando o Fórum Argentino pela Democracia na Região (FADER) e a Fundação Internacional para a Liberdade, presidida pelo Nobel Mario Vargas Llosa, solicitou a prisão de Maduro por crimes contra a humanidade, destacando os avanços da investigação.
Entre os crimes denunciados, estão o desaparecimento de Rocío San Miguel e as execuções ocorridas durante as eleições presidenciais fraudulentas de julho na Venezuela. A ordem de captura foi ainda justificada pela apreensão de um avião de carga Boeing 747, confiscado pelos Estados Unidos em colaboração com a Argentina em 2023. O avião, transferido da companhia iraniana Mahan Air para a venezuelana Emtrasur, estava vinculado a atividades ilegais, incluindo apoio ao Corpo da Guarda Revolucionária do Irã.
Após as eleições de 28 de julho, a ditadura de Maduro intensificou a perseguição à oposição venezuelana. Líderes opositores buscaram asilo na embaixada da Argentina em Caracas, após serem acusados de conspiração e traição à pátria pelo regime chavista. Desde agosto, o Brasil assumiu a custódia das embaixadas da Argentina e do Peru na Venezuela, representando os interesses desses países.
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