Amazonas enfrenta recorde histórico de queimadas em 2024 com mais de 21 mil focos de calor

O estado do Amazonas registrou 21.612 queimadas apenas em 2024, fazendo deste ano o pior em número de focos de calor desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento histórico. A situação levou à decretação de estado de emergência ambiental em todo o território amazonense.

As queimadas provocaram uma onda de fumaça que já atingiu as 62 cidades do estado, incluindo a capital, Manaus. Uma mancha de fogo com cerca de 500 km de extensão cobre o Amazonas, e a qualidade do ar é considerada muito ruim ou péssima em diversas localidades.

Em nota, o Governo do Amazonas afirmou que a seca severa que afeta toda a Amazônia Legal, aliada à baixa umidade, favorece a propagação do fogo nas áreas de floresta. O governo também informou que está intensificando os esforços de combate às queimadas e ao desmatamento.

O mês de agosto foi o mais crítico em 2024, com 10.328 queimadas registradas, quase o dobro do mesmo período de 2023. O mês de julho também foi recordista, com 4,2 mil focos de calor, o maior número dos últimos 26 anos. Em setembro, os dados preliminares do Inpe indicam que, até o dia 24, já foram contabilizados 6.128 incêndios florestais.

Entre julho e setembro, o estado somou mais de 21 mil focos de calor, superando o recorde anterior, registrado em 2022, quando o Amazonas teve 21.217 queimadas ao longo do ano.

Nota do Governo do Amazonas

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) informa que, devido à realidade da seca severa que acomete a Amazônia Legal como um todo, focos de calor tendem a aumentar, considerando a falta de umidade do ar que favorece o alastramento do fogo em áreas de floresta. Ressalta-se que dos 21.289, as áreas de responsabilidade direta do Estado do Amazonas correspondem a 9,30% (1.982) desses focos, um aumento em relação ao ano de 2023 de 0,71%.

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O Governo do Amazonas tem atuado com o devido rigor em todas as frentes de combate aos efeitos da estiagem no Estado, sendo realizadas, continuamente, ações para coibir as queimadas e o desmatamento.

Atualmente estão em andamento as operações Tamoiotatá, de combate ao desmatamento, Aceiro e Céu Limpo de prevenção e combate aos incêndios florestais no interior e na capital. De junho até o dia 22 de setembro, mais de 18,1 mil focos de incêndio foram combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), sendo, 2.114 incêndios na capital e 16 mil no interior do estado.

A Sema, em conjunto com a Defesa Civil do Amazonas, Corpo de Bombeiros e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), acompanham por meio de painéis de controle e sistemas de monitoramento, hidrológico, de desmatamento, queimadas e qualidade do ar.

Até 22 de setembro, foram realizados 404 embargos, totalizando 19.621,6277 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas no valor de R$ 136,2 milhões, 362 autos de infração e 58 termos de apreensão lavrados, além de 188 detenções realizadas.

Foto: Ueslei Marcelino