Direita no Mundo
Com vitória na França, líder de direita diz que Macron ‘não terá escolha’ e governo terá papel em decisões militares
A líder da direita francesa, Marine Le Pen, posicionou-se de maneira contundente nesta quinta-feira, 27, afirmando sua expectativa de que seu partido, o Reagrupamento Nacional (RN), conquiste a maioria absoluta nas próximas eleições legislativas da França. Com os primeiros e segundos turnos marcados para 30 de junho e 7 de julho, respectivamente, Le Pen vislumbra a possibilidade de seu protegido, Jordan Bardella, assumir como primeiro-ministro, caso o RN consiga formar governo. Isso significaria uma significativa influência nas áreas de Defesa e Forças Armadas, incluindo decisões militares e apoio à Ucrânia.
Segundo a Constituição francesa, embora o presidente Emmanuel Macron seja o chefe das Forças Armadas, o primeiro-ministro é responsável pela defesa nacional, o que cria uma dinâmica de poder que pode favorecer uma “coabitação” entre Macron e um governo liderado pelo RN. As pesquisas indicam uma forte posição do RN, com 37% das intenções de voto, seguido pela Nova Frente Popular, liderada por Jean-Luc Mélenchon, e pela aliança centrista de Macron, sugerindo um cenário eleitoral complexo.
Apesar da vantagem expressiva nas pesquisas, é improvável que o RN conquiste a maioria absoluta na Assembleia Nacional, que possui 577 cadeiras. As projeções apontam que o partido e seus aliados podem garantir entre 220 e 260 assentos. Bardella já afirmou que não buscará o cargo de primeiro-ministro sem essa maioria, mantendo o discurso de oposição até as eleições presidenciais de 2027, onde Le Pen é candidata.
Em entrevista ao jornal Le Telegramme de Brest, Marine Le Pen destacou que Macron “não terá escolha” senão nomear Bardella como primeiro-ministro, caso ele seja legitimado pelo voto popular. Ela enfatizou que seu protegido pretende ser firme, mas não hostil ao presidente. Quanto ao controle das Forças Armadas, Le Pen ressaltou que o presidente francês detém um título honorário, enquanto o primeiro-ministro possui maior controle sobre decisões financeiras, incluindo possíveis ações militares, como o apoio à Ucrânia.
O cenário político na França se intensifica à medida que se aproximam as eleições legislativas, com Marine Le Pen e o RN consolidando uma presença significativa, potencialmente reconfigurando as dinâmicas de poder estabelecidas.
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