Governo Lula: agências vencedoras são desclassificadas em licitação milionária

Na maior licitação já realizada pelo governo federal na área de publicidade, duas das quatro agências vencedoras foram surpreendentemente desclassificadas pela Secretaria de Comunicação Social (Secom). O contrato astronômico, avaliado em até R$ 197,7 milhões por um ano de serviços, viu a Moringa Digital e a Área Comunicação serem excluídas apenas duas horas após o anúncio dos resultados. A análise minuciosa dos documentos, seguindo as novas normas da Secom, revelou falhas graves nas agências selecionadas inicialmente.

Na corrida pela preferência técnica, a Moringa conquistou o primeiro lugar com 91,17 pontos, enquanto a Área ficou em terceiro com 89 pontos. Entretanto, as irregularidades constatadas após a divulgação dos resultados levantam sérias questões sobre a lisura do processo licitatório. A Moringa Digital, por exemplo, apresentou seu balanço de 2021 sem registro na Junta Comercial, além de falhar em fornecer documentação no Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), em desacordo com o edital.

A exclusão das agências vencedoras abre caminho para as substitutas: Clara Digital e o consórcio Boas Ideias. Ambas estão em processo de análise documental, mas já despertam atenção pelo seu histórico. A Clara Digital, conhecida por sua atuação em diversos ministérios durante os governos do PT e do MDB, e o consórcio Boas Ideias, que possui contratos relevantes em gestões anteriores, incluindo a Secom e órgãos federais, surgem como novas apostas após o turbulento desfecho da licitação.

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O desenrolar desse episódio certamente suscitará uma onda de recursos por parte das empresas desclassificadas, enquanto o governo enfrenta o desafio de garantir transparência e integridade em um processo licitatório de proporções tão significativas. As falhas apontadas reforçam a necessidade de rigor na fiscalização e na aplicação das normas, especialmente quando se trata de contratos públicos que envolvem valores vultosos.