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Direita no Brasil

Milei critica perseguição a Bolsonaro e denuncia ataques à liberdade de expressão no CPAC Brasil

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BRASIL – Em sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu a presidência da Argentina, Javier Milei aproveitou o palco do CPAC Brasil 2024 para criticar duramente os “governos socialistas” dos últimos 20 anos na América Latina. Sem mencionar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Milei destacou sua preocupação com a liberdade de expressão, afirmando que ela está “sob ataque nas principais potências do mundo” e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é vítima de perseguição judicial.

Durante seu discurso, Milei ressaltou que a liberdade de expressão, um valor fundamental da democracia, está sendo questionada sob a justificativa de não ferir sensibilidades ou respeitar direitos de minorias barulhentas. Ele criticou a censura e a supressão de opiniões em países que historicamente defendiam os princípios democráticos, citando aberrações em matéria de liberdade de expressão e censura.

Aos olhos de Milei, muitos consideram esses conceitos como abstratos, mas ele destacou que “quem vê o que lamentavelmente começa a ocorrer hoje no Brasil, pensa duas vezes”. Embora não tenha detalhado suas acusações, o presidente argentino não poupou críticas ao cenário político brasileiro durante o evento.

O CPAC Brasil, realizado em Balneário Camboriú, Santa Catarina, contou com a presença de figuras influentes como o governador catarinense Jorginho Mello (PL), o senador Jorge Seif (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Milei, que encerrou o evento, estava acompanhado no palco por Bolsonaro e outros membros proeminentes da direita brasileira.

O público presente recebeu Milei com entusiasmo, entoando gritos de “Viva la libertad, carajo” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. O presidente argentino retribuiu o carinho, cumprimentando Bolsonaro como presidente e agradecendo a recepção calorosa, afirmando que se sentiu em casa entre amigos.

Milei criticou os governos socialistas, afirmando que eles buscam “poder pelo poder” e que suas políticas são uma receita para o desastre econômico, social, político e cultural. Ele exemplificou com Cuba, Nicarágua e Venezuela, descrevendo-os como “ditaduras sanguinárias”, e mencionou que Bolsonaro enfrenta uma perseguição judicial no Brasil.

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Na mesma semana, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das joias sauditas. Milei não entrou em detalhes sobre o caso, mas seu discurso ressoou com a narrativa de que Bolsonaro é alvo de uma campanha injusta.

Após o discurso de Milei, Eduardo Bolsonaro fez uma breve fala ao lado de Matt Schlapp, presidente do CPAC original. Eduardo defendeu a anistia para figuras como Filipe Martins e Daniel Silveira, além de outras pessoas envolvidas nos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro.

Eduardo Bolsonaro também afirmou que, se houvesse uma conexão mais íntima entre os movimentos conservadores dos EUA e do Brasil, o ataque de 8 de janeiro poderia ter sido evitado. Ele se comprometeu a lutar pela anistia dos envolvidos, indicando sua candidatura ao Senado em 2026.

A visita de Milei ao Brasil incluiu encontros com Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC), além de empresários catarinenses. Apesar de sua agenda lotada, Milei não se reuniu com o presidente Lula, com quem teve trocas de acusações nas semanas anteriores. Milei enfatizou que suas agendas em Santa Catarina eram prioritárias, mantendo sua postura crítica ao governo brasileiro.

Na abertura do CPAC Brasil, Bolsonaro ignorou o indiciamento pela Polícia Federal e criticou o PT e a imprensa, reafirmando seu compromisso com o Brasil. Ele garantiu que não recuará, apesar das investigações em curso. O evento foi organizado por Eduardo Bolsonaro e inspirado no CPAC dos Estados Unidos, que ocorre desde 1973.

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