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Direita no Brasil

A resiliência de Kayna Munduruku, a primeira indígena repórter em Brasília

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Você conhecerá a história de Kayna Munduruku, a mulher indígena que foi perseguida por suas opiniões, caiu e está de pé novamente. Kayna viu sua vida mudar no final de 2017, quando cantou uma paródia e a postou em um grupo do WhatsApp, que para ela, era “pequenininho”. Depois disso, ela foi para uma aldeia isolada no estado do Amazonas que não tinha acesso à internet, pois eles (os indígenas) vivem sem eletricidade naquele local.

Saindo do anonimato

Quando Kayna retornou, ficou assustada, pois seu vídeo tinha viralizado e estava em todo o Brasil. O motivo: o então presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, tinha compartilhado o vídeo em sua rede social. Após a grande repercussão, Kayna passou a ser conhecida como a primeira indígena a se declarar de direita no Brasil.

A partir daí, ela passou a receber milhares de mensagens de apoio, ao ponto de sua página no Facebook congestionar. As mensagens eram de indígenas que se identificavam com ela e que também apoiavam o ex-presidente, porém não podiam se declarar, pois corriam o risco de serem expulsos da aldeia. “Eles falaram que se sentiam representados, porque tive coragem de me posicionar a favor de Bolsonaro. Eles falaram que estavam se sentindo ‘libertos’, através da minha fala e da minha coragem”.

Perseguição

Voltando ao vídeo que foi postado por Bolsonaro, logo após sua viralização, a vida de Kayna virou de cabeça para baixo: “eu não tive mais paz na minha vida, era muita perseguição, muita gente falando coisas horrorosas de mim”, disse Kayna.

De acordo com Kayna: “Bolsonaro fez grandes projetos para o desenvolvimento dos povos indígenas, na área da agricultura principalmente, houve um grande desenvolvimento para os indígenas que abraçaram o projeto. A Funai apoiou totalmente. Houve um grande investimento financeiro tanto na saúde indígena quanto no turismo”, disse.

Virada de chave

Segundo Kayna, quando Bolsonaro ganhou as eleições, sua equipe mandou chamá-la para ir a Brasília, trabalhar como repórter no Núcleo de Comunicação da Secretaria Especial de Saúde Indígena. “Foi a primeira vez na história que um governo federal abriu as portas para uma indígena se tornar repórter de um órgão que, é nosso por direito”.
Kayna Munduruku falou que essa foi a sua grande oportunidade: ‘foi a chave que precisava ser virada na minha vida, foi um tempo (4 anos) de grandes oportunidades em que eu aprendi muita coisa, onde recebi reconhecimento até de outros setores”.

Entendendo a política

“Eu passei a entender melhor a questão política, coisa que eu não compreendia. Hoje eu sei me posicionar e entendo que a direita trabalha pela coletividade, ela quer o bem do povo e, eu como indígena, que sempre ouvi os mais velhos falar que ‘o povo brasileiro são filhos de indígena’, pergunto: ‘o que uma mãe quer para o seu filho? Eu sou uma mulher indígena e o que eu quero pros meus filhos, o povo brasileiro? O melhor!”, disse.

Fome

“Me dói muito ver o povo do meu país passando fome, como no Maranhão que, segundo uma notícia que li – pois acompanho muito o noticiário de lá-, é um dos estados mais pobres do Brasil. Ver as mães com seus filhos no colo, passando fome… isso dói muito em mim”, falou com voz embargada nossa guerreira.

Um só povo, uma só nação

Bolsonaro mostrou que se preocupa muito com o povo brasileiro. Como ele sempre disse: “somos um só povo e uma só nação”. “Eu nunca vi o Bolsonaro tirar do seu povo para dar a outro país, como ocorre no atual governo, que tira da boca do seu próprio povo para alimentar países comunistas. Isso é injusto e ruim para o povo”, disse indignada.

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Protagonistas

Segundo Kayna, na gestão Bolsonaro, os indígenas, quando iam a Brasília, se hospedavam em hotéis de 4 ou 5 estrelas, porque tinham condições de pagar, não ficavam jogados na rua. “Bolsonaro sempre falou que, o que ele queria para ele, ele queria para o próximo. Que o indígena tinha que ser o protagonista da sua própria história, e foi isso que aconteceu, aqueles indígenas que abraçaram o projeto do Bolsonaro, eles foram realmente os protagonistas de sua história”.

Naquela época, os indígenas tinham tanto apoio que abriram suas próprias cooperativas para desenvolver melhor seus projetos. Teve aldeia no Mato Grosso que recebeu autoescola devido à vontade deles de tirar suas CNH. Foram quatro anos de bênçãos e desenvolvimento para os indígenas.

Moradora de rua

Após a ascensão do atual governo, Kayna disse que sofreu perseguições de todas as formas e acabou por tornar-se moradora de rua, em Brasília. “Me tiraram tudo. Eu vivia na rua com uma peruca porque queriam me prender. Fiquei 2 anos desempregada, ninguém queria me dar trabalho com medo de perseguição”, disse.

“Deus está me levantando das cinzas… depois de tanta coisa que eu já passei, de tanta perseguição política, de perder tudo, de ver a polícia ir em minha casa, com metralhadora e encapuzados, como se eu fosse uma bandida. Eu ficava lá embaixo, de peruca para não ser reconhecida, aflita, sabendo que estavam todos a minha procura… Só não fui presa pela graça de Deus, porque não tem outra explicação. Porém agora, resolvi levantar a cabeça e seguir em frente”, afirmou.

Se não fosse Deus…

Ainda segundo Kayna: “eu nunca pensei que a política tivesse esse lado podre, um peso… uma perseguição que destrói a pessoa psicologicamente, eu por exemplo, fiquei bem doente… se eu não conhecesse Deus, eu tinha tirado minha vida, porque eu não estava mais aguentando. Pensei em fazer isso, tirar minha a vida por várias vezes”.

Não vou mais fugir

Hoje, sou educadora social e cuido de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Vai fazer 2 meses que consegui esse emprego em uma escola. Sinto-me mais tranquila, não vou mais fugir, não vou me submeter ao que me submeti antes para escapar da prisão… e de outras “torturas”… estou tranquila e deixando acontecer, seja o que Deus quiser”, disse nossa guerreira com ar de esperança e que acredita em um Brasil mais humano e promissor.

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